quarta-feira, 5 de agosto de 2009

40 anos de morte de Theodor Adorno

Estamos no ano dos cinquentenários pelo que me parece. Depois de comemorarmos os 50 anos da revolução cubana, ou de seu desfecho, lembrança marcante em minha vida e na de qualquer ser que se atreva a se envolver com a situação politica regional ou mesmo mundial, nos deparamos agora com outra data de importância para a cultura mundial, principalmente para a sociologia,não se tratando de um cinquentenário, mas de uma data aproximada: os 40 anos do falecimento de THeodor Adorno. Neste dia 06 de agosto serão contabilizados os 40 anos de falecimento de Theodor Adorno, mas uma data de grande importância que parece passará despercebida pela sociedade pensante, e pela nem tão pensante assim, mas que deveria ser envolvida pelos meios de comunicação, e por suas agendas settings.
Alguns devem se perguntar quem foi, e o que fez este Adorno para que tenha uma relevância em artigo neste blog, e garanto-lhes que não foi o que ele fez, nem mesmo quem ele foi, mas a realidade advinda de suas pesquisas e o quadro social atual, maracam não só uma conjuntura, mas fazem deste Adorno uma das maiores figuras, umas das mais emblemáticas de um século que foi marcante em revoluções sociais, como também o foi em revoluções tecnológicas: o século XX.
Adorno com seus estudos na escola de Frankfurt, e sua perseguição, não só dele, mas de Walter Benjamim, Horkeimer e de tantos outros,pela policia secreta alemã, fizeram descobertas no campo da sociologia, ou da psicossociologia, que mudaram a maneira de ver o mundo e de verificar a comunicação como ciência isoloda da sociologia. Foi devido a perseguição alemão que Adorno e os outros pensadores da escola de Frankfurt se refugiaram em países da Europa, para depois encontrarem um cenário propício para suas pesquisas em sociologia: os E.U.A. O cenário norte-americano propicicou aos pesquisadores o ambiente necessário para a continuidade de suas pesquisas, o que fez com que Adorno evoluísse em pesquisa e tornasse suas teorias mais conhecidas do meio acadêmico. Estranho ou não, Adorno trabalhou arduamente dentro do espaço geográfico que abriga hoje a maior fábrica de produtos culturais do mundo.
Com seus conceitos quanto a indústria cultural e as teses a respeito da cultura, transformaram uma ótica objetiva que permanecia atravessada bem no meio de nosso nariz. A partir de seus estudos o mundo percebeu como seus antagonistas funcionam numa relação social que não produzia conteúdo, mas que eram alvo de produtos que eram estimulados por uma razão econômica.
A relevância de Adorno e de seus companheiros fugitivos da escola de Frankfurt para a sociedade atual está exposta bem à nossa frente, todos os dias, em nossas casas, somos hoje em dia, mais alvos da indústria cultural do que éramos no período em que estes homens trouxeram à tona o resultado de seus estudos.
A aplicabilidade do trabalho de Adorno se torna tão contemporâneo quanto a sua ligação com a música erudita o era em seu tempo. Através da utilização de testes de apercepção temática(TAT), fomos colocados diante de uma realidade que nos atingiu em cheio, mesmo que nos mostremos pouco interessados em aceitá-la. A industria cultural tem tanta força hoje por ser aceita como um atributo de uma cultura que já era socialmente corroborada: a "panis et circenses".
É absolutamente relevante a informação desta data e sua publicidade, por tratar-se de um assunto de interesse coletivo, mesmo pouco massificado, pode parecer estranho que o homem que trouxe à tona o conceito de cultura de massa, não tenha suas teorias massificadas, ou popularizadas, se é que é possível tornar popular algum conceito sociológico de relevância, mesmo sendo de uma abordagem psicossociológica.
Espero cumprir com meu papel abordando, e não permitindo que caia no esquecimento, a morte de uma figura tão atual, que permanece viva em seus conceitos e teorias, e que nos traz a reflexão, quanto aos nossos anseios culturais e a produção de respostas para estes sanseios.
Adorno viveu em campo, trabalhou para que compreendessêmos a importância de nosso entendimento enquanto particípes de uma cultura, enquanto pscio-produtores desta mesma cultura. Viveremos quanto tempo sem entender o que nos rodeia, comsumiremos por quanto tempo algo que não sabemos de onde veio e porque veio? Meu intuito aqui não é relatar todas as teorias de Theodor Adorno, mas manter viva a lembrança de quem se interessou pelo coletivo, de quem contribuiu para uma "dialética do esclarescimento", um homem que trabalhou em prol do bem comum e que tem sua obra marcada pela atemporalidade que é característica dos grandes mestres.

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