domingo, 27 de setembro de 2009

As perguntas sem respostas.


Tenho enfrentado momentos díficeis em minha vida que tem me afastado muito de meus relatos e de meus escritos, mas penso que sairei muito mais forte desta batalha que já tem destruido muito de mim. Durante estas agruras tudo que tenho me esforçado para descobrir, é a resposta para uma pergunta insistente que eu mesmo nunca ousei me perguntar: "Quem sou eu?" Esta questão, apesar de nunca ter me incomodado, de nunca ter tomado muito do meu tempo, agora o tem feito de uma forma dura e impiedosa. Este blog não tem nada de moderno, nem nada de ultrapassado, mas tem muito de vida, de uma intimidade que quer ser dividida, que quer ser inteira, e como agora assim me percebo, assim me enxergo, não posso fazê-lo de outra forma, que não seja dividido com o silêncio deste blog. É um silêncio que muito me agrada, que não me faz sozinho, que me traz uma contemporaneidade que não encontro em lugar algum, e essa contemporaneidade me faz viver, me faz viver essa ingnorância que é tão atual.

Não sou dado à plágios, mas encontrei uma reposta em um texto de Clarice Lispector que se aproxima de uma resposta que eu mesmo poderia dar a esta pergunta, e aqui o faço.
Torço para que agora não seja mais perguntado sobre o tema. Torço também para logo estar de volta ao meu trabalho de escrita que tanto me alegra. E pra vocês: Clarice.




"Quero por em palavras mas sem descrição, a existência da gruta que faz algum tempo pintei, e não sei como. Só repetindo o seu doce horror, caverna de terror e das maravilhas, lugar de almas aflitas, inverno e inferno, substrato imprevisível do mal que está dentro de uma terra que não é fértil. Chamo a gruta com seu nome e ela passa a viver com seu miasma. Tenho medo então de mim que sei pintar o horror, eu, bicho de cavernas ecoantes que sou, e, sufoco porque sou palavra e também sou eco......para me interpretar e formular-me preciso de novos sinais e articulações novas em formas que se localizem aquém e além de minha história humana. transfiguro a realidade, sonhador e sonâmbulo me crio......o que te escrevo não vem de manso, subindo aos poucos até um auge para depois morrer de manso. Não, o que te escrevo é de fogo como os olhos em brasa......mesmo para os descrentes há o instante do desespero que é divino: a ausência do deus é um ato de religião. Neste mesmo instante estou pedindo a deus que me ajude, mesmo que não acredite que ele o faça. Sou forte mais também sou destrutivo. O deus tem que vir a mim já que não tenho ido a ele. Que o deus venha: por favor, mesmo que eu não mereça. Venha. Ou talvez os que menos merecem mais precisem. Sou inquieto áspero e desesperansado. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor não. Às vezes me arranham como se fossem farpas. Se tanto amor dentro de mim eu recebi e continuo inquieto é porque preciso que o deus venha. Venha antes que seja tarde demais. Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado. Mas sei que terei paz antes da morte e que experimentarei um dia o delicado da vida. Perceberei assim como se come e se vive o gosto da comida. Minha voz cai no abismo do teu silêncio. Tu me lês em silêncio. Mas nesse ilimitado campo mudo desdobro minhas asas, livre para viver. Então aceito o pior e entro no âmago da morte e para isto estou vivo......preste atenção e é um favor: estou te convidando para mudar-se para reino novo, o deconhecido......escrevo-te tudo isto pois é um desafio que sou obrigado com humildade a aceitar. Sou assombrado pelos meus fantasmas, pelo que é mítico e fantástico, a vida é sobrenatural. Eu caminho em corda bamba até o limite do meu sonho. As vísceras torturadas pela voluptuosidade me guiam, fúria dos impulsos. Antes de me organizar tenho que me desgornaizar internamente. Para experimentar o primeiro e passageiro estado primário de liberdade. Da liberdade de errar, cair e levantar-me......mas não sei como captar o que acontece já, senão vivendo cada coisa que agora e já me ocorra e não importa o quê. Deixo o cavalo correr livre de pura alegria nobre......o que sou neste instante? Sou uma máquina de escrever fazendo ecoar as teclas secas na úmida madrugada. Há muito já não sou gente. Quiseram que eu fosse um objeto. Sou um objeto. Objeto sujo de sangue......mas eu denuncio. Denuncio nossa fraqueza, denuncio o horror alucinante de morrer, e respondo a toda esta infâmia com exatamente isto que vai ficar escrito, e respondo a toda esta infâmia com alegria. Puríssima e levíssima alegria. A minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do it essencial. Não faz sentido? Pois tem que fazer. Porque é cruel demais saber que a vida é única e que não temos como garantia senão a fé em trevas, porque é cruel demais, então respondo com a pureza de uma alegria indomável. Recuso-me a ficar triste..."

quarta-feira, 5 de agosto de 2009


40 anos de morte de Theodor Adorno

Estamos no ano dos cinquentenários pelo que me parece. Depois de comemorarmos os 50 anos da revolução cubana, ou de seu desfecho, lembrança marcante em minha vida e na de qualquer ser que se atreva a se envolver com a situação politica regional ou mesmo mundial, nos deparamos agora com outra data de importância para a cultura mundial, principalmente para a sociologia,não se tratando de um cinquentenário, mas de uma data aproximada: os 40 anos do falecimento de THeodor Adorno. Neste dia 06 de agosto serão contabilizados os 40 anos de falecimento de Theodor Adorno, mas uma data de grande importância que parece passará despercebida pela sociedade pensante, e pela nem tão pensante assim, mas que deveria ser envolvida pelos meios de comunicação, e por suas agendas settings.
Alguns devem se perguntar quem foi, e o que fez este Adorno para que tenha uma relevância em artigo neste blog, e garanto-lhes que não foi o que ele fez, nem mesmo quem ele foi, mas a realidade advinda de suas pesquisas e o quadro social atual, maracam não só uma conjuntura, mas fazem deste Adorno uma das maiores figuras, umas das mais emblemáticas de um século que foi marcante em revoluções sociais, como também o foi em revoluções tecnológicas: o século XX.
Adorno com seus estudos na escola de Frankfurt, e sua perseguição, não só dele, mas de Walter Benjamim, Horkeimer e de tantos outros,pela policia secreta alemã, fizeram descobertas no campo da sociologia, ou da psicossociologia, que mudaram a maneira de ver o mundo e de verificar a comunicação como ciência isoloda da sociologia. Foi devido a perseguição alemão que Adorno e os outros pensadores da escola de Frankfurt se refugiaram em países da Europa, para depois encontrarem um cenário propício para suas pesquisas em sociologia: os E.U.A. O cenário norte-americano propicicou aos pesquisadores o ambiente necessário para a continuidade de suas pesquisas, o que fez com que Adorno evoluísse em pesquisa e tornasse suas teorias mais conhecidas do meio acadêmico. Estranho ou não, Adorno trabalhou arduamente dentro do espaço geográfico que abriga hoje a maior fábrica de produtos culturais do mundo.
Com seus conceitos quanto a indústria cultural e as teses a respeito da cultura, transformaram uma ótica objetiva que permanecia atravessada bem no meio de nosso nariz. A partir de seus estudos o mundo percebeu como seus antagonistas funcionam numa relação social que não produzia conteúdo, mas que eram alvo de produtos que eram estimulados por uma razão econômica.
A relevância de Adorno e de seus companheiros fugitivos da escola de Frankfurt para a sociedade atual está exposta bem à nossa frente, todos os dias, em nossas casas, somos hoje em dia, mais alvos da indústria cultural do que éramos no período em que estes homens trouxeram à tona o resultado de seus estudos.
A aplicabilidade do trabalho de Adorno se torna tão contemporâneo quanto a sua ligação com a música erudita o era em seu tempo. Através da utilização de testes de apercepção temática(TAT), fomos colocados diante de uma realidade que nos atingiu em cheio, mesmo que nos mostremos pouco interessados em aceitá-la. A industria cultural tem tanta força hoje por ser aceita como um atributo de uma cultura que já era socialmente corroborada: a "panis et circenses".
É absolutamente relevante a informação desta data e sua publicidade, por tratar-se de um assunto de interesse coletivo, mesmo pouco massificado, pode parecer estranho que o homem que trouxe à tona o conceito de cultura de massa, não tenha suas teorias massificadas, ou popularizadas, se é que é possível tornar popular algum conceito sociológico de relevância, mesmo sendo de uma abordagem psicossociológica.
Espero cumprir com meu papel abordando, e não permitindo que caia no esquecimento, a morte de uma figura tão atual, que permanece viva em seus conceitos e teorias, e que nos traz a reflexão, quanto aos nossos anseios culturais e a produção de respostas para estes sanseios.
Adorno viveu em campo, trabalhou para que compreendessêmos a importância de nosso entendimento enquanto particípes de uma cultura, enquanto pscio-produtores desta mesma cultura. Viveremos quanto tempo sem entender o que nos rodeia, comsumiremos por quanto tempo algo que não sabemos de onde veio e porque veio? Meu intuito aqui não é relatar todas as teorias de Theodor Adorno, mas manter viva a lembrança de quem se interessou pelo coletivo, de quem contribuiu para uma "dialética do esclarescimento", um homem que trabalhou em prol do bem comum e que tem sua obra marcada pela atemporalidade que é característica dos grandes mestres.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

sábado, 1 de agosto de 2009

A violência na mídia.

A violência não está tão longe de nós como imaginamos que ela esteja, nem muito menos está tão perto quanto anuncia a mídia e seus reprodutores. Essa sensação de violência, esse pânico ininterrupto que tem nos levado a crer que não somos mais partícipes de uma sociedade equilibrada, mas que estamos sujeitos ao descompensado juízo da ausência de razão, vem se ploriferenando pelos canais mídiaticos, algumas vezes verídicas, e outras superestimadas. Nossas rotinas são alteradas pelo sensível estímulo da reprodução de uma realidade unitária, de uma realidade única e desprovida de sentido coletivo. A sensação de violência nos proporciona um sentimento de recolha que só favorece a própria violência, que se apropria de espaços que deveriam ser tomados pela sociedade, fazendo do espaço público um logradouro da violência, um templo de praticas delituosas, favorecendo assim a concretização do que antes era só um sentimento, projetando esse sentimento no nosso mundo real.
Não me atrevo a apresentar soluções para a violência nem mesmo buscar uma fundamentação lógica para seu surgimento, mas apenas desmitificar esse cenário que não nos faz informados, mas que só favorece a desinformação, e nos destrói enquanto seres sociáveis. Os espaços que se destinam ao convivio social devem, e podem, ser destinados à sua finalidade primária: o trânsito e permanência da cidadania.
Enquanto permitirmos que estes espaços sejam desocupados e que permaneçam inertes de nossa presença, estaremos colaborando para que os atos criminosos encontrem cenário, estaremos materializando a megalomania midiatica, e construindo uma conjuntura desprovida de soluções emergenciais, fazendo de nossas instituições corpos fálidos.
A ocupação fará com que nós nos permitamos sentir a descontrução dessa sensação de insegurança que foi suplantada pela mídia em nosso dia-à-dia. Sou realista quando somos informados da presença marginalizada da insegurança, mas não podemos permitir que esse status seja corroborado pela nossa ausência.
Estamos vivendo tempos de ocupação total, não contamos com tempo para quase nada, e quando nos sobra esse tempo, construímos um novo sentido de descanso, que não se relaciona com espaços públicos, mas que se destina a construção de espaços cada vez mais unitários, mais individuais. Essa realidade descontrói a lembrança lúdica de infâncias das décadas de 80 e 90, onde podíamos estar em praças e logradouros públicos acompanhados de nossos pares e, enquanto brincávamos, esses mesmos pares davam um novo sentido a palavra descanso; pois, sempre encontravam-se sentados em um banco de praça enquanto, nós crianças, nos ocupávamos de nossa função primeira: a diversão livre e coletiva. Pareço ter colocado um tom saudosista nestas últimas linhas, e ele está realmente presente nestas linhas e em minha memória, pois cada vez vejo menos gente ocupando estes logradouros, enquanto mais gente permanece em suas casas informando-se quanto à lista de locais com maior índice de criminalidade na cidade, mapeando seus passos do dia seguinte, selecionando onde poderão estacionar seus carros e por onde deverão andar para chegarem em casa, sãos e salvos, no dia seguinte.
E desde minha infância vi este sentido de descanso ser alterado, pois agora o descanso está isolado dentro de nossas casas, entre nossas grades, e mais seguro entre nossos lençóis, mas sempre lembrando que o descanso não está íntrinsecamente ligado ao sono, pois a mídia tomará conta de nosso sentimento de segurança, mas para isso teremos que estar seguros em nossas casas acomapnhando toda a programação informativa, todos os seriados e aqueles filmes que sempre parecem novidade, mas tem a mesma cara de 60 anos atrás. Fará diferença se estivermos presos em nossas casas, se tivermos trancafiados em nossos territórios, se nos tornarmos menos sociáveis; se não tomarmos conta de um espaço que é nosso, quem tomará?
O sentido de descanso agora se confunde com o sentido de violência, pois agora descansar é sinônimo de solidão, uma solidão que será aplacada pelos comerciais da TV, pois é dela que nos valeremos para ocupar nossa solidão, é ela que nos fará sentir que estamos seguros, enquanto dela estivermos aompanhados, pois por nós ela fará tudo, até pensar ela já pensa por nós, nem precisamos pagar tão caro por isso, só temos que com ela estar o máximo de tempo necessário, pois ela nos dirá quando será seguro sair de casa, pena que essa informação parace nunca chegar, e assim seguimos esperando, enquanto ela continua pensando por nós, enquanto ela nos informa de tudo que acontece, e temos os comerciais que estão sempre lá pra nos vender essas inutilidades nessárias ao nosso dia-á-dia.
Bom para nós, que temos a mídia para nos fazer seguros, e manter as ruas vazias, vazias de marginalidade, vazias de nós mesmos, vazias de diversão, vazias de produção de cultura, vazias de inteligência, pena que continuamos vazios diante dela.

domingo, 12 de abril de 2009

SEXO.

Os seres humanos exibem disformismo sexual em muitas características, muitas não apresentam nenhuma ligação direta com a habilidade reprodutiva, porém a maioria destas característica têm um papel na atração sexual. Auxiliam ou prejudicam na mesma. A maioria das expressões do dimorfismo sexual, nos seres humanos, são encontradas na altura, no peso, e na estrutura do corpo, onde o homem geralmente apresenta portes maiores comparado a sua fêmea, a mulher. Sendo este um dos artificios mais trabalhados e mais valorizados pelos homens em sobreposição aos valores femininos. A mulher habilitar-se-á, sexualmente, sempre por sua fragilidade, visível ou não. Desejará sempre os desejos de ser dominada, entenda-se dominação não por comando mas por posição, contato, aconchego. A mulher, mesmo quando senhora de seus dominios, pretenderá o macho que preencha suas ausências da forma que melhor lhe convenha, optará sempre pela sua ausência, pelo preenchiemnto do seu vazio, o vazio que todos temos, o vazio tão íntimo, que impossibilita definição, ponto comum, mediatriz de um mesmo vazio. Esse vazio é o que buscamos no outro, não o saciamento do desejo, pois esse desjo nasce do vazio, desse vazio nosso, o mesmo vazio que as vezes é preenchido pelo ópio ou pelo baseado sagrado que nos pretende elevar ao nirvana, esse que poderia ser alcançado com o sexo.
A condição de homem é normalmente vinculada ao período da vida após a juventude, pelo menos fisicamente, durante a puberdade, onde esse menino vai definir seu modo de falar, de andar, com quem se familiarizar e como esses contatos serão realizados e mantidos, sob que condições. Um menino é uma criança humana masculina. Para muitos, a palavra homem implica em um determinado grau de maturidade e a responsabilidade que homens jovens em especial não se sentem pronto para tal; contudo, também podem se sentir demasiado velhos para serem chamados de menino, por esta razão, muitos evitam usar o homem ou o menino para descrever um homem jovem e preferem termos mais coloquiais tais como rapaz e gajo. Esses termos tem uma colocação lógica na definição e uso de sua sexualidade, pois é a partir destes termos que o homen se definirá, ou pelo menos definirá seu comportamento sexual, ou seja, quando se colocar em uma definição de submissão, enxergar-se-á como menino, mas quando definir-se como dominador, senhor do seu próprio destino, dono da situação, procriador da espécie humana, jamais se permitirá a definição menino, desejará ser tratado como homem. Assim está nosso corpotamento sexual sempre direcionado pela visão alheia, pois ainda nos inportaremos muito com os olhos alheios, desejaremos não só preencher nosso vazio, mas necessiatremos que esse preenchimento seja visto por terceiros, visto e abalizado por terceiros, sendo este fator propriamente masculino, esse mesmo homem que busca ser tão diferente, termina por diferir apenas do gênero feminino, tornando-se coeso como seu gênero, sendo aborígene do seu grupo. O homem sempre pretendeu ser melhor, enquanto a mulher apenas pretendeu ser, o homem quer sempre ter, e quanto aquela sempre desejou fazer parte.
São essas diferenças que fazem homem e mulher serem tão díspares, mas terem vazios tão iguais e necessitarem de preenchimentos tão similares. Diaga-me que estou errado e te perguntarei o que desejas, encontraremos o mesmo desejo, pois nunca precisarei que me explique seu vazio, apontarás e eu observarei meu próprio vazio.
Assim caminhamos com nossos vazios, acreditando-nos senhores de um prazer ou de uma chave que não conhecemos, que buscamos e não encontramos. Sexo é chave e fechadura, sexo é encaixe, sexo é tudo qu vem antes deste encaixe. Nunca abrirás uma porta se o fizer de olhos fechados, nunca obterás sucesso em teu intento se pensar que todas as fechaduras são iguais, deverás sempre tocar esta fechadura antes mesmo de enxergar o local da chave, permita-se à curiosidade, permita-se ao toque antes mesmo de sensiblizar-se pelo óbvio, pois em sexo não há óbvio.

sábado, 28 de março de 2009

50 anos de revolução cubana.

Passado este primeiro qüinqüênio da revolução cubana, ficamos ainda a pensar quem está melhor informado sobre a real conjuntura político-economica de Cuba em determinado período. A mídia, a mando de bem sabemos quem, não se mostra interessada em mostra a verdadeira imagem da revolução, nem mesmo os verdadeiros resultados. Ao pensar nestes 50 anos de revolução é impossível não pensar na real situação de Cuba há 50 anos, nas marcas causadas por uma relação comercial, desfavorável, com os Estados Unidos, e o quanto isso marcava o povo cubano, com uma extrema disparidade quanto a distribuição de renda, com uma produção de açúcar tão forte quanto a brasileira, mas uma produção de ouro branco que não beneficiava seus verdadeiros donos. Um fator importante a ser relatado é o maior esclarecimento intelectual, que favorecia a organização política dos estudantes e um avanço ideológico e organizativo do proletariado, na qual se deixavam sentir os ecos da Revolução de Outubro na Rússia, que cristalizaria na constituição de uma central operária nacional em 1925.
O bem-estar econômico derivado deste processo – do qual dão testemunho as luxuosas casas de El vedado, além de muito desigualmente distribuído, revelaria uma extraordinária fragilidade. Ele se pôs em manifesto em 1920, quando uma brusca queda no preço do açúcar provocou um crack bancário que despejou com as instituições financeiras cubanas. Pouco depois, quando a produção açucareira do país alcançava os 5 milhões de toneladas, ficou evidente a saturação dos mercados, claro indício de que a economia cubana não podia continuar crescendo sobre a base exclusiva do açúcar. A opção era o estancamento ou a diversificação produtiva, mas essa última alternativa não era possível, pois não era permitido pela monopolização latifundiária da terra e a dependência comercial dos Estados Unidos.
Com este cenário de desigualdades, nasce na comunidade estudantil, fortalecida por ideais comunistas, um desejo de melhorar o que só parecia ser bom aos beneficiados: militares, norte-americanos (não todos é claro), os produtores de açúcar e alguns abutres que estão sempre em busca de uma migalha que lhes favoreça em detrimento do bem comum. Com este cenário que não nos parece tão distante assim de nossas realidades, surgem movimentos pró e contra a política administrativa e repressiva da época, atuando como protagonistas: os estudantes e as lideranças sindicais de um lado, como os militares e burgueses de outro. A corrupção administrativa se complementava com o auspicio de numerosas quadrilhas gângsteres, que os autênticos utilizaram para expulsar os comunistas da direção dos sindicatos em meio a propícia atmosfera da guerra fria. O repúdio à vergonhosa situação imperante foi canalizado pelo movimento cívico político da ortodoxia, cujo carismático líder, Eduardo Chibás, se suicidaria em 1951 em meio de uma fervente polêmica com personagens governamentais. Assim surge em Cuba um ambiente de violência que propiciaria as jogatinas políticas entre militares e necessário cenário de violência, necessário pois foi assim que o povo menos esclarecido percebeu a necessidade de uma intervenção mais rigorosa. Isso ocorre após o surgimento de Fulgêncio Batista ao poder, dando ao regime militar cubano uma visibilidade maléfica maior, o que propiciou o movimento revolucionário que teve inicio em 1953, dando ao mundo um novo ícone: Fidel Alejandro Castro Ruz, um jovem advogado, formado pela faculdade de Havana, cujas primeiras atividades políticas haviam se desenvolvido no meio universitário e às filas da ortodoxia. Preconizando uma nova estratégia de luta armada contra a ditadura, Fidel Castro, como ficou conhecido se pôs à silenciosa e tenaz preparação dessa batalha, dando fim à A inércia e incapacidade dos partidos políticos burgueses para enfrentar o regime batista – ao qual aderiram alguns destes partidos – contrastou com a beligerância dos setores populares, em especial da jovem geração que recém nascia para a vida política.
As ações se desencadeariam em 26 de julho de1953, com os ataques simultâneos aos quartéis de Moncada, em Santiago de Cuba e Carlos Manuel de Cespédes, em Bayamo, concebidos como estopim de uma vasta insurreição popular. Ao fracassar a operação, dezenas de combatentes que foram feitos prisioneiros terminaram assassinados nos famosos paredões de fuzilamento do regime. Outros sobreviventes, entre os quais se encontrava o comandante Fidel, foram julgados e condenados a severas penas de prisão. No julgamento que se seguiu, o líder revolucionário pronunciou uma alegação de auto-defesa – conhecido como La História me absolverá -, no qual fundamentava o direito do povo à rebelião contra a tirania e explicava as causas, vias e objetivos da luta empreendida. Essa alegação se converteu no programa da revolução.
O que segue após este primeiro levante liderado por Fidel é uma desestruturação da organização militar que comandava, à revelia do anseio popular, a política nacional cubana. A desacertada política de ascensões, o estímulo a exaltar o nepotismo, o favoritismo, a bajulação e a falta de preparação técnica e profissional de alguns dos principais chefes e oficiais do exército, constituíram elementos que influíram na decisão de um grupo de oficiais com preparação acadêmica conspirar por melhorar a profissionalidade da instituição. Esses oficiais chamados “Puros” podiam ser localizados principalmente no Acampamento Militar de Columbia, a Fortaleza de Cabana e nas escolas militares. Entre eles se destacavam:José Ramon Fernandez, José Orihuela, Enrique Borbonet, Ramón Barquin, Manuel Varela Castro, entre outros. Uma denúncia provocou a detenção de todos os conspirados e o aborto do plano revoltoso. Uma revolta interna que poderia ter antecipado fatalmente o fim do regime militar cubano, o que era de se esperar, levando-se em consideração o clamor popular.
Diante da impossibilidade de uma luta legal contra a tirania, Fidel foi exilado no México, onde funda alí o MR-26 (Movimento Revolucionário 26 de julho - data do fracassado ataque ao quartel Moncada) com o propósito de organizar uma expedição libertadora e iniciar a guerra revolucionária. Por sua vez, os partidos burgueses da oposição, ensaiam uma nova manobra conciliadora com Batista em busca de uma saída “política” para a situação. O fracasso ocasiona desprestígio junto ao resto da sociedade. Estabelecendo assim uma conjuntura favorável aos anseios dos revolucionários.
Em ferozes combates e batalhas –Santo domingo, El jigüe, Vegas de jibacoa, e outras – as tropas rebeldes derrotam os batalhões da tirania que tentam penetrar na Sierra maestra, local glorioso para a revolução,e os obriga a se retirar.
Esse e o tom definitivo. Os partidos da oposição burguesa, que até então tem manobrado para capitalizar a rebeldia popular, se apressam em reconhecer a indiscutível liderança de Fidel.
Colunas rebeldes partem de diversos pontos do território cubano, entre elas as colunas dos comandantes Ernesto “Che” Guevara, médico argentino, e Camilo Cienfuegos, as quais avançam a província de Lãs villas.
Nesta zona já operam diversos grupos de combatentes, entre outros os do Diretório Revolucionário e o Partido Socialista Popular (Comunista). Em 20 de novembro, o Comandante em Chefe das tropas rebeldes, Fidel, dirige pessoalmente a batalha deguisa, que marca o começo da definitiva ofensiva revolucionária.
Em ações coordenadas, as já numerosas colunas de II e III frentes orientais vão tomando os povoados adjacentes para fechar o cerco sobre Santiago de Cuba.Che Guevara, em Lãs Villas, conquista um, após outro os povoados ao longo da estrada central e ataca a cidade de Santa Clara, capital provincial, enquanto que, por sua vez, Camilo Cienfuegos rende em tenaz combate o quartel da cidade de Yaguajai.
Em 1º de janeiro de 1959, Batista abandona o país. Formalizando assim o fim do regime militar cubano.
Em uma manobra de última hora, abençoada pela embaixada norte-americana, o general Eulogio Cantidio tenta criar uma junta cívico-militar. Fidel pede à guarnição de Santiago de Cuba que se renda e ao povo que façam uma greve geral que, apoiada massivamente por todo o país, asseguraria a vitória da Revolução.


Apenas instalado no poder, o governo revolucionário iniciou o desmantelamento do sistema político neocolonial. Dissolveram os corpos repressivos e garantiram aos cidadãos, pela primeira vez em muitos anos, o exercício pleno de seus direitos.
A administração pública foi saneada e se confiscaram os bens malversados. Desta maneira se erradicou essa tão funesta prática da vida republicana. Daí por diante a história, ou seus escritores se encarregaram de nos mostra sua versão da revolução e os frutos dela decorridos. Depois disso vieram os críticos que demonizaram Fidel, e talvez o tenham conseguido, mas como ele mesmo profetizou que a história o absolveria, esperamos que isso ocorra, ao que se sabe o povo cubano não juga necessária esta absolvição, ao que podemos perceber pela noticiação responsável dos fatos cotidianos da vida em Cuba, não conseguirão destruir a imagem popular de Fidel em Cuba, nem mesmo alegria de um povo que sofre, mas que pode orgulhar-se de uma liberdade conquistada a duras penas e com muito sangue derramado, verdade é que muito ainda deve ser melhorado, mas nem mesmo Fidel é tão monstruoso assim nem o povo cubano grita por socorro como a mídia irresponsável tenta alardear ao mundo que pouco enxerga e pouco deseja enxergar.