sábado, 28 de março de 2009

50 anos de revolução cubana.

Passado este primeiro qüinqüênio da revolução cubana, ficamos ainda a pensar quem está melhor informado sobre a real conjuntura político-economica de Cuba em determinado período. A mídia, a mando de bem sabemos quem, não se mostra interessada em mostra a verdadeira imagem da revolução, nem mesmo os verdadeiros resultados. Ao pensar nestes 50 anos de revolução é impossível não pensar na real situação de Cuba há 50 anos, nas marcas causadas por uma relação comercial, desfavorável, com os Estados Unidos, e o quanto isso marcava o povo cubano, com uma extrema disparidade quanto a distribuição de renda, com uma produção de açúcar tão forte quanto a brasileira, mas uma produção de ouro branco que não beneficiava seus verdadeiros donos. Um fator importante a ser relatado é o maior esclarecimento intelectual, que favorecia a organização política dos estudantes e um avanço ideológico e organizativo do proletariado, na qual se deixavam sentir os ecos da Revolução de Outubro na Rússia, que cristalizaria na constituição de uma central operária nacional em 1925.
O bem-estar econômico derivado deste processo – do qual dão testemunho as luxuosas casas de El vedado, além de muito desigualmente distribuído, revelaria uma extraordinária fragilidade. Ele se pôs em manifesto em 1920, quando uma brusca queda no preço do açúcar provocou um crack bancário que despejou com as instituições financeiras cubanas. Pouco depois, quando a produção açucareira do país alcançava os 5 milhões de toneladas, ficou evidente a saturação dos mercados, claro indício de que a economia cubana não podia continuar crescendo sobre a base exclusiva do açúcar. A opção era o estancamento ou a diversificação produtiva, mas essa última alternativa não era possível, pois não era permitido pela monopolização latifundiária da terra e a dependência comercial dos Estados Unidos.
Com este cenário de desigualdades, nasce na comunidade estudantil, fortalecida por ideais comunistas, um desejo de melhorar o que só parecia ser bom aos beneficiados: militares, norte-americanos (não todos é claro), os produtores de açúcar e alguns abutres que estão sempre em busca de uma migalha que lhes favoreça em detrimento do bem comum. Com este cenário que não nos parece tão distante assim de nossas realidades, surgem movimentos pró e contra a política administrativa e repressiva da época, atuando como protagonistas: os estudantes e as lideranças sindicais de um lado, como os militares e burgueses de outro. A corrupção administrativa se complementava com o auspicio de numerosas quadrilhas gângsteres, que os autênticos utilizaram para expulsar os comunistas da direção dos sindicatos em meio a propícia atmosfera da guerra fria. O repúdio à vergonhosa situação imperante foi canalizado pelo movimento cívico político da ortodoxia, cujo carismático líder, Eduardo Chibás, se suicidaria em 1951 em meio de uma fervente polêmica com personagens governamentais. Assim surge em Cuba um ambiente de violência que propiciaria as jogatinas políticas entre militares e necessário cenário de violência, necessário pois foi assim que o povo menos esclarecido percebeu a necessidade de uma intervenção mais rigorosa. Isso ocorre após o surgimento de Fulgêncio Batista ao poder, dando ao regime militar cubano uma visibilidade maléfica maior, o que propiciou o movimento revolucionário que teve inicio em 1953, dando ao mundo um novo ícone: Fidel Alejandro Castro Ruz, um jovem advogado, formado pela faculdade de Havana, cujas primeiras atividades políticas haviam se desenvolvido no meio universitário e às filas da ortodoxia. Preconizando uma nova estratégia de luta armada contra a ditadura, Fidel Castro, como ficou conhecido se pôs à silenciosa e tenaz preparação dessa batalha, dando fim à A inércia e incapacidade dos partidos políticos burgueses para enfrentar o regime batista – ao qual aderiram alguns destes partidos – contrastou com a beligerância dos setores populares, em especial da jovem geração que recém nascia para a vida política.
As ações se desencadeariam em 26 de julho de1953, com os ataques simultâneos aos quartéis de Moncada, em Santiago de Cuba e Carlos Manuel de Cespédes, em Bayamo, concebidos como estopim de uma vasta insurreição popular. Ao fracassar a operação, dezenas de combatentes que foram feitos prisioneiros terminaram assassinados nos famosos paredões de fuzilamento do regime. Outros sobreviventes, entre os quais se encontrava o comandante Fidel, foram julgados e condenados a severas penas de prisão. No julgamento que se seguiu, o líder revolucionário pronunciou uma alegação de auto-defesa – conhecido como La História me absolverá -, no qual fundamentava o direito do povo à rebelião contra a tirania e explicava as causas, vias e objetivos da luta empreendida. Essa alegação se converteu no programa da revolução.
O que segue após este primeiro levante liderado por Fidel é uma desestruturação da organização militar que comandava, à revelia do anseio popular, a política nacional cubana. A desacertada política de ascensões, o estímulo a exaltar o nepotismo, o favoritismo, a bajulação e a falta de preparação técnica e profissional de alguns dos principais chefes e oficiais do exército, constituíram elementos que influíram na decisão de um grupo de oficiais com preparação acadêmica conspirar por melhorar a profissionalidade da instituição. Esses oficiais chamados “Puros” podiam ser localizados principalmente no Acampamento Militar de Columbia, a Fortaleza de Cabana e nas escolas militares. Entre eles se destacavam:José Ramon Fernandez, José Orihuela, Enrique Borbonet, Ramón Barquin, Manuel Varela Castro, entre outros. Uma denúncia provocou a detenção de todos os conspirados e o aborto do plano revoltoso. Uma revolta interna que poderia ter antecipado fatalmente o fim do regime militar cubano, o que era de se esperar, levando-se em consideração o clamor popular.
Diante da impossibilidade de uma luta legal contra a tirania, Fidel foi exilado no México, onde funda alí o MR-26 (Movimento Revolucionário 26 de julho - data do fracassado ataque ao quartel Moncada) com o propósito de organizar uma expedição libertadora e iniciar a guerra revolucionária. Por sua vez, os partidos burgueses da oposição, ensaiam uma nova manobra conciliadora com Batista em busca de uma saída “política” para a situação. O fracasso ocasiona desprestígio junto ao resto da sociedade. Estabelecendo assim uma conjuntura favorável aos anseios dos revolucionários.
Em ferozes combates e batalhas –Santo domingo, El jigüe, Vegas de jibacoa, e outras – as tropas rebeldes derrotam os batalhões da tirania que tentam penetrar na Sierra maestra, local glorioso para a revolução,e os obriga a se retirar.
Esse e o tom definitivo. Os partidos da oposição burguesa, que até então tem manobrado para capitalizar a rebeldia popular, se apressam em reconhecer a indiscutível liderança de Fidel.
Colunas rebeldes partem de diversos pontos do território cubano, entre elas as colunas dos comandantes Ernesto “Che” Guevara, médico argentino, e Camilo Cienfuegos, as quais avançam a província de Lãs villas.
Nesta zona já operam diversos grupos de combatentes, entre outros os do Diretório Revolucionário e o Partido Socialista Popular (Comunista). Em 20 de novembro, o Comandante em Chefe das tropas rebeldes, Fidel, dirige pessoalmente a batalha deguisa, que marca o começo da definitiva ofensiva revolucionária.
Em ações coordenadas, as já numerosas colunas de II e III frentes orientais vão tomando os povoados adjacentes para fechar o cerco sobre Santiago de Cuba.Che Guevara, em Lãs Villas, conquista um, após outro os povoados ao longo da estrada central e ataca a cidade de Santa Clara, capital provincial, enquanto que, por sua vez, Camilo Cienfuegos rende em tenaz combate o quartel da cidade de Yaguajai.
Em 1º de janeiro de 1959, Batista abandona o país. Formalizando assim o fim do regime militar cubano.
Em uma manobra de última hora, abençoada pela embaixada norte-americana, o general Eulogio Cantidio tenta criar uma junta cívico-militar. Fidel pede à guarnição de Santiago de Cuba que se renda e ao povo que façam uma greve geral que, apoiada massivamente por todo o país, asseguraria a vitória da Revolução.


Apenas instalado no poder, o governo revolucionário iniciou o desmantelamento do sistema político neocolonial. Dissolveram os corpos repressivos e garantiram aos cidadãos, pela primeira vez em muitos anos, o exercício pleno de seus direitos.
A administração pública foi saneada e se confiscaram os bens malversados. Desta maneira se erradicou essa tão funesta prática da vida republicana. Daí por diante a história, ou seus escritores se encarregaram de nos mostra sua versão da revolução e os frutos dela decorridos. Depois disso vieram os críticos que demonizaram Fidel, e talvez o tenham conseguido, mas como ele mesmo profetizou que a história o absolveria, esperamos que isso ocorra, ao que se sabe o povo cubano não juga necessária esta absolvição, ao que podemos perceber pela noticiação responsável dos fatos cotidianos da vida em Cuba, não conseguirão destruir a imagem popular de Fidel em Cuba, nem mesmo alegria de um povo que sofre, mas que pode orgulhar-se de uma liberdade conquistada a duras penas e com muito sangue derramado, verdade é que muito ainda deve ser melhorado, mas nem mesmo Fidel é tão monstruoso assim nem o povo cubano grita por socorro como a mídia irresponsável tenta alardear ao mundo que pouco enxerga e pouco deseja enxergar.





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